quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

EX-JOGADOR CANTONA SUGERE UNIÃO POR UM COLAPSO DOS BANCOS, NA FRANÇA

Como nos tempos da ativa, Cantona continua batendo!
O ex-jogador francês Eric Cantona, esteve em destaque durante a semana, ao sugerir em entrevista, que as pessoas tirassem seus dinheiros dos bancos, levando-os ao colapso. Sua postura foi duramente criticada por intelectuais, bem como por autoridades políticas, destacando sua "irresponsabilidade" ou "ineficácia", uma vez que seus 34 mil seguidores do Facebook, "não colocariam" em perigo o sistema, caso tomassem tal atitude. Segundo o ex-jogador:


"A revolução é muito simples de ser feita hoje. Ao invés de ir às ruas fazer quilômetros de manifestações, você vai ao banco da sua cidade e retira todo o teu dinheiro", conclamou o ex-atacante da seleção francesa e ídolo do Manchester United, argumentando que se 20 milhões de pessoas decidem fazer o mesmo, o sistema bancário desmoronaria. "É uma revolução sem armas, nem sangue. Estou constatando essa estranha solidariedade que está nascendo, então, sim, no dia 7 de dezembro, eu irei ao banco."(1)

A repercussão das palavras de Cantona tomam maior força, por ser ele um representante de um esporte absolutamente popular e pelo quadro socio-político que vem atravessando a França, na crise da atual política econômica  (previdenciária) e controle de fluxo de imigrantes, com ares de xenofobia  (que o próprio Cantona chamou de  "coisa de idiota", ao referir-se ao presidente Nicolas Sarkozy). 

Cantona, em tempos de "faça..."
Do ponto de vista da relação jogador de futebol e política, compreende-se que no exercício das suas carreiras, os atletas veem-se de mãos atadas, impedidos e de posicionamentos ideológicos, em busca de bons contratos com os clubes e patrocinadores. Qualquer manifestação a submissão às autoridades, sejam elas de ordem clubística, econômica ou política, pode custar caro e selar seu destino. No Brasil, temos os casos de Afonsinho, do Botafogo, na sua luta pelo passe livre (2), Reinaldo no Atlético Mineiro, com seu ideal de proletariado no futebol, além da "revolução" proposta pelo modelo de autogestão da Democracia Corinthiana (3). 

O fato é que os jogadores de futebol, tanto os que estão na ativa, quanto os que já se aposentaram, pouco ou nada usam do seu poder de influência, no que diz respeito a manifestar-se e conduzir a reflexões. No entanto, suas trajetórias e fama são amplamente exploradas política e comercialmente. Cantona, em tempos de patrocínio da Nike, carregava o slogan "Just do it..." (algo como "faça..."), e vivia feliz e contente. Resta saber agora que problema teve Cantona com seu banco, para que sua revolta viesse a explodir assim, tão feroz.



VENDO LIVROS NA ESTANTE VIRTUAL - CONFIRA!